Planos da Pixel para Vertigo, Wildstorm e ABC

Com os créditos da entrevista do diretor e os editores da Pixel cedida ao site Universo HQ e que a gente vai disponibilizar as partes mais importantes, dando uma idéia de como ficam os rumos de Vertigo, WildStorm e ABC no Brasil, a partir de abril - data do primeiro lançamento.
Universo HQ: A editora focará seu trabalho apenas na publicação de álbuns?
André Forastieri: Não. A Pixel já publica Spawn e alguns álbuns nas bancas e agora, mais ainda, nossa intenção é lançar mais coisas. E continuar aumentando os lançamentos de livrarias também.
UHQ: Depois da decepção com a reviravolta na negociação dos títulos da DC, publicar Vertigo, WildStorm e ABC soa como "prêmio de consolação"?
Forastieri: Olha, resumidamente, a história foi assim: em maio do ano passado, da Comic Con de San Diego, fizemos uma propostas para a DC Comics, para publicar Vertigo, WildStorm e ABC, que eram produtos mais dentro do nosso foco, ou seja, títulos adultos voltados para livrarias. Este era nosso plano.
Então, numa reunião, a DC nos convidou pra fazer uma proposta para tudo: o que já queríamos, mais a linha de super-heróis. Estávamos eu e o (Odair Braz) Júnior. Foi uma surpresa. Ficamos, literalmente, uma hora dizendo "não, isso não é pra gente"; "a Pixel é uma editora que está começando"...
Odair: Que ia continuar com a Panini...
Forastieri: A editora, na época, tinha cinco meses de existência e, na nossa cabeça, encarávamos isso como uma coisa gigantesca. Mas eles insistiram bastante e, após os sócios da Pixel (a editora é uma parceria entre a Futuro e a Ediouro) conversarem e fizemos uma proposta. E durante um tempo, parecia que a gente tinha levado.
[...]
UHQ: É fato que títulos dessas linhas nunca foram campeões de vendas em bancas. Como sobreviver nesse segmento, então?
Forastieri: O plano da Pixel é trabalhar muito com os leitores em pesquisas, comunidades na internet, encontros ao vivo. Não queremos ser donos da verdade. Não sabemos tudo. Por isso, queremos ouvir os fãs para construir essa grade.
Nós já temos uma grade básica de publicação para os primeiros seis meses, em bancas e livrarias. Mas o que vai entrar depois disso, e em que momento, nem nós sabemos ainda. Por exemplo: todo mundo aqui é fã de Preacher, que já foi publicado no Brasil de várias maneiras. E qual é a melhor?
Então, francamente, achamos que devemos ouvir os fãs de Preacher. Não é que vamos sempre fazer o que eles pedirem, pois temos necessidades econômicas, limites de produção etc., mas tentaremos atender seus anseios o máximo possível.
Pra ter noção do nível de maluquice que estamos, discutimos bastante tempo se não devemos lançar uma edição especial só com as histórias de Preacher inéditas no Brasil. O final da saga, numa tiragem limitadíssima.
Nós já temos uma grade básica de publicação para os primeiros seis meses, em bancas e livrarias. Mas o que vai entrar depois disso, e em que momento, nem nós sabemos ainda. Por exemplo: todo mundo aqui é fã de Preacher, que já foi publicado no Brasil de várias maneiras. E qual é a melhor?
Então, francamente, achamos que devemos ouvir os fãs de Preacher. Não é que vamos sempre fazer o que eles pedirem, pois temos necessidades econômicas, limites de produção etc., mas tentaremos atender seus anseios o máximo possível.
Pra ter noção do nível de maluquice que estamos, discutimos bastante tempo se não devemos lançar uma edição especial só com as histórias de Preacher inéditas no Brasil. O final da saga, numa tiragem limitadíssima.
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UHQ: Qual será o primeiro lançamento da Pixel nessas linhas?
Forastieri: Será a Pixel Magazine, uma revista mensal, de 96 páginas, com o melhor de Vertigo e WildStorm, que sairá em abril. O mix detalhado divulgaremos mais pra frente, mas adianto que na edição de estréia tem Planetary e Hellblazer.

Cassius: Mais pra frente entra DMZ (série de Brian Wood), que é um material muito bom, e outras coisas bacanas.
Odair: E a distribuição, possivelmente, será nacional.
UHQ: E Planetary sai de que ponto?

Forastieri: Todos os títulos que vinham sendo lançados no Brasil, estamos discutindo muito para ver se dá pra continuar de onde parou ou não. No caso de Planetary, por acaso, a próxima história se passa no passado do Elijah Snow, que apresenta o personagem de maneira interessante.
Além disso, as edições trarão muitos textos explicativos e usaremos muito a internet para informar o que aconteceu até agora. E citando quem publicou.
Além disso, as edições trarão muitos textos explicativos e usaremos muito a internet para informar o que aconteceu até agora. E citando quem publicou.
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UHQ: E como ficará o padrão gráfico das edições? Especialmente de séries que já vinham sendo publicadas? Preacher, por exemplo, volta em álbum com o formato um pouco menor adotado pela Devir?
Forastieri: Cada caso é um caso. Preacher já tem três volumes publicados naquele formato. A lógica diz que devemos continuar, para não detonar a coleção do leitor. É odioso pegar algo no meio do caminho e mudar formato, preço etc.
UHQ: Hellblazer tem uma cronologia muito bagunçada no Brasil. De onde vocês partirão?
Forastieri: É difícil, porque as duas melhores pontes de entrada que descobrimos têm 50 números de diferença entre elas. (Risos)
Como uma das nossas preocupações é apresentar bem o personagem, provavelmente devemos começar com umas histórias muito boas escritas pelo Paul Jenkins e desenhadas pelo Sean Philips.
Como uma das nossas preocupações é apresentar bem o personagem, provavelmente devemos começar com umas histórias muito boas escritas pelo Paul Jenkins e desenhadas pelo Sean Philips.
UHQ: Isso já está definido?
Forastieri: Ainda não batemos o martelo, mas temos uns... três dias pra fazer isso. (Risos)
UHQ: Mas vão praticar um preço mais barato?
Forastieri: Muito mais barato. Pô, o material já está impresso. Nossa meta - e não quero dizer que conseguiremos cumprir isso sempre - é ter esses encadernados com padrão gráfico decente, que não é superluxuoso, mas com capa cartonada e papel bom, 200 páginas ou mais, na faixa de R$ 25,00.
[...]
Forastieri: Sim. A maioria das coisas que vamos lançar apenas no formato álbum, terá sempre algo em banca para apresentar o título para o público em geral. No caso de Fábulas, vamos publicar o especial O Último Castelo, de 48 páginas, desenhado pelo P. Craig Russel, dentro da Pixel Magazine # 4, acho, para que mais gente conheça um pouco da história.
Aí, no mês seguinte, Fábulas volta em formato álbum, de onde a Devir parou.
Por exemplo, estou lendo um livro lindo, chamado Fábulas - Mil e Uma Noites, uma história sensacional estrelada pela Branca de Neve, com desenhos do John Bolton, do Brian Bolland, Charles Vess e outras feras, que saiu nos Estados Unidos em 144 páginas, com capa dura e sobrecapa. Se eu lançar assim aqui, não vou vender nada, porque pouca gente conhece Fábulas.
Então, colocando Fábulas na revista mix ou em especiais de banca, criamos um conhecimento de que aquele material existe e aumentamos as chances de o título ir bem nas livrarias.
Isso vale para Preacher também. Quando formos continuar os álbuns de onde a Devir parou, lançaremos alguns especiais da série, como Cassidy e O Cavaleiro Altivo, de 80 ou 96 páginas, em bancas. E depois de seis, oito meses, encadernamos as edições num volume só.
Aí, no mês seguinte, Fábulas volta em formato álbum, de onde a Devir parou.
Por exemplo, estou lendo um livro lindo, chamado Fábulas - Mil e Uma Noites, uma história sensacional estrelada pela Branca de Neve, com desenhos do John Bolton, do Brian Bolland, Charles Vess e outras feras, que saiu nos Estados Unidos em 144 páginas, com capa dura e sobrecapa. Se eu lançar assim aqui, não vou vender nada, porque pouca gente conhece Fábulas.
Então, colocando Fábulas na revista mix ou em especiais de banca, criamos um conhecimento de que aquele material existe e aumentamos as chances de o título ir bem nas livrarias.
Isso vale para Preacher também. Quando formos continuar os álbuns de onde a Devir parou, lançaremos alguns especiais da série, como Cassidy e O Cavaleiro Altivo, de 80 ou 96 páginas, em bancas. E depois de seis, oito meses, encadernamos as edições num volume só.
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UHQ: Com esse acréscimo de títulos, a Pixel terá alguma linha editorial?
Forastieri: Nosso negócio é lançar títulos que as pessoas gostem. Formar um belo catálogo. O que uma editora pode fazer de melhor é levar coisas legais para o máximo de pessoas.
E toda editora faz isso à sua maneira. A Devir tem um cuidado muito legal com a seleção material que publica, não só pelo trabalho do Mauro (Martinez dos Prazeres, publisher), do Douglas (Quinta Reis, diretor) e do próprio Leandro (Luigi Del Manto, editor), mas porque eles acreditam que merecem ser conhecidas por mais gente. A Conrad e a Opera também, mas cada uma no seu estilo. As escolhas partem sempre do gosto pessoal e, no nosso caso, não é diferente, pois antes de sermos editores, somos fãs.
E toda editora faz isso à sua maneira. A Devir tem um cuidado muito legal com a seleção material que publica, não só pelo trabalho do Mauro (Martinez dos Prazeres, publisher), do Douglas (Quinta Reis, diretor) e do próprio Leandro (Luigi Del Manto, editor), mas porque eles acreditam que merecem ser conhecidas por mais gente. A Conrad e a Opera também, mas cada uma no seu estilo. As escolhas partem sempre do gosto pessoal e, no nosso caso, não é diferente, pois antes de sermos editores, somos fãs.